Poemas de Sérgio Capparelli

Poemas de
Sérgio Capparelli
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Minha Cama
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Um hipopótamo na banheira
molha sempre a casa inteira.

A água cai e se espalha
molha o chão e a toalha.

E o hipopótamo: nem ligo
estou lavando o umbigo.

E lava e nunca sossega,
esfrega, esfrega, esfrega

a orelha, o peito, o nariz
as costas das mãos, e diz:

Agora vou dormir na lama
pois é lá a minha cama!

♥♥♥

Era uma vez
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Era uma vez
um gato cotó:
fez cocô procê só.

E o gato zarolho
veio depois:
fez cocô procês dois.

Tinha também
um gato zadrez:
fez cocô procês três.

O gato seguinte
usava sapato:
fez cocô procês quatro.

Quem não conhece
o gato Jacinto:
fez cocô procês cinco.

Do gato azarado
chegou a vez:
fez cocô procês seis.

Ah, que beleza!
É o gato coquete:
fez cocô procês sete.

Bom dia! Banoite!
E o gato maroto:
fez cocô procês oito.

E o gato zebrado
também resolve:
fez cocô procês nove.

Viche! Vem chegando
O gato Raimundo:
Traz cocô pra todo mundo.

♥♥♥

Os três macacos
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Os três macacos chegaram
E estão na sala sentados.

O primiero macaco não vê
E tem um motivo, é cego.

O segundo macaco não escuta,
Não escuta, pois nasceu surdo.

Se quer ouvir o terceiro,
Desista, porque ele é mudo.

Na sala, estão que nem você,
Que não fala, não ouve e não vê.

♥♥♥

A Semana Inteira
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A segunda foi à feira,
Precisava de feijão;
A terça foi à feira,
Pra comprar um pimentão;
A quarta foi à feira,
Pra buscar quiabo e pão;
A quinta foi à feira,
Pois gostava de agrião;
A sexta foi à feira,
Tem banana? Tem mamão?

Sábado não tem feira
E domingo também não.

♥♥♥

Seu Lobo
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Seu lobo, por que esses olhos tão grandes?
Pra te ver, Chapeuzinho.

Seu lobo, pra que essas pernas tão grandes?
Pra correr atrás de ti, Chapeuzinho.

Seu lobo, por que esses braços tão fortes?
Pra te pegar, Chapeuzinho.

Seu lobo, pra que essas patas tão grandes?
Pra te apertar, Chapeuzinho.

Seu lobo, por que esses nariz tão grande?
Pra te cheirar, Chapeuzinho.

Seu lobo, por que essa boca tão grande?
Ah, deixa de ser enjoada, Chapeuzinho!~

♥♥♥

Minha Sombra
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Minha sombra
Me assombra.

Eu dou um pulo
E ela pára no ar.

Eu subo em árvore,
Ela desce escada.

Eu ando a cavalo,
Ela segue a pé.

Eu vou à festa!
Oba, vou nessa!

♥♥♥

O Trabalho e o Lavrador
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O que disse o pão ao padeiro?
Antes de pão, eu fui farinha,
Farinha que o moinho moía
Debaixo do olhar do moleiro.

O que disse a farinha ao moleiro?

Um dia fui grão de trigo
Que o lavrador ia colhendo
E empilhando no celeiro.

O que disse o grão ao lavrador?

Antes de trigo, fui semente,
Que tuas mãos semearam
Até que me fizesse em flor.

O que disse o lavrador às suas mãos?

Com vocês, lavro essa terra,
Semeio o trigo, colho o grão,
Môo a farinha e faço o pão.

E a isso tudo eu chamo trabalho.

♥♥♥

Mãe
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De patins, de bicicleta
de carro, moto, avião
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião
de barco, de velocípedes
a cavalo num trovão
nas cores do arco-íris
no rugido de um leão
na graça de um golfinho
e no germinar do grão
teu nome eu trago, mãe,
na palma da minha mão.

Organizado por Ivanise Meyer®

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